Adauto Santos

Luar do Sertão


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Oh! que saudade do luar da minha terra
Lá na serra branquejando folhas secas pelo chão
Este luar cá da cidade é tão escuro
Não tem aquela saudade do luar do meu sertão

Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão

Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia
E a canção e a lua cheia a nos nascer no coração

Coisa mais bela nesse mundo não existe
Do que ouvir um galo triste no sertão se faz luar
Parece até que a alma da lua é que descansa
Escondida na garganta desse galo a soluçar

Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão

Ai quem me dera que eu morrece lá na serra
Abraçado a minha terra e dormindo de uma vez
Ser enterrado numa cova pequenina
Onde à tarde a sussurina chora a sua viuvez

A gente fria desta terra sem poesia
Não faz caso desta lua e nem se importa com o luar
Enquanto a onça lá na verde capoeira
Leva uma hora inteira vendo a lua a meditar

Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão

Quando vermelha no sertão desponta a lua
Dentro da alma o monte flutua tambem rubra nasce a dor
E a lua sobe, o sangue muda em claridade
E a nossa dor muda em saudade branca assim da mesma cor

Se Deus me ouvisse com amor e caridade
Me faria essa bondade, o ideal pra um coração
Era que a morte ao chegar me surpreendesse
Que eu morresse numa noite de luar do meu sertão

Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão

Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão


Autor(es): Catulo da Paixão Cearense / João Pernambuco