Ação Libertária

Matadouro


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No frio daquele corredor o corpo era medo e dor
Não tinha mais expectativas de sobreviver àquela chacina
As horas não queriam passar. Até quando vou ter que esperar?
Ouvia-se urros de agonia, parecia o inferno a cena que eu vivia

A cada minuto mais um paciente chegava ferido ou muito doente
Alguns morriam antes de passar pela triagem dos que podem salvar
Saúde pública é carnificina, isso me alucina, é preciso mudar
Os porcos malditos sugam até a alma, se fartam de impostos e o povo a penar

Imoral! Anormal! Abissal! Maldito matadouro!
Sem igual! Factual! Governamental! O alvo é o povo!

A mãe que perdeu o filho por não ter auxílio, remédio e atenção
O homem foi cirurgiado, porém deu errado, foi negligenciado
O político se trata como um rei no Sírio Libanês, e você não tem vez
Meu ódio é alimentado pelo corpo enterrado que não é burguês

Meu plano de saúde é não ficar doente, pois ser dependente é roleta-russa
Parece um hospital, mas é um matadouro gerido por loucos, isto é real

Chacinas cometidas pelo estado por falta de verba, desvio, corrupção
Matança legalizada e oficializada no matadouro humano estatal

Imoral! Anormal! Abissal! Maldito matadouro!
Sem igual! Factual! Governamental! O alvo é o povo!


Autor(es): Márcio Pigmeu